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CARTAS DE CORTÉS - PARTE XXXIV

Mexicas Infringem Baixas Nos Espanhóis


Eu perguntei a eles (o prefeito alguazil e Pedro de Alvarado), que não haveriam meios de avançar sem deixar as pontes bem enchidas de água, pois caso seja necessário uma retirada, a água talvez nos cubra e não seja um obstáculo ou impedimento, pois isto consistia em todo o perigo. Eles me enviaram uma mensagem em resposta, dizendo que tudo que haviam tomado estava em boas condições e que eu poderia ver caso acreditasse que não. Mas suspeitando que eles haviam quebrado algumas regras e acreditei que eles talvez teriam deixado as pontes não totalmente cheias de água, eu fui até o local e vi que haviam passado em uma brecha na estrada com uma largura de dez a doze passos. Ao passo que as tropas passavam por esta vala, formada portanto, eles se encontravam em um local de madeira e bastões vermelhos, que não afundavam com seu peso; Eles estavam tão intoxicados com o prazer de uma possível vitória que não imaginavam que seria difícil manter a posição. No momento em que encontrei esta ponte dos problemas, descobri que alguns espanhóis e nossos aliados fugiam com grande pressa, pois o inimigo como chachorros, os perseguia: Então eu vi a rota que tomavam e comecei a gritar, "Mantenham posição, mantenham posição!!!!" e chegando perto da água, eu observei que estava repleta de espanhóis e índios, de tão densa que esta massa de pessoas pareciam; Não havia espaço para esta palha flutuar. O inimigo deu uma carga nos fugitivos e no embate, eles se jogaram na água após eles. Logo as canoas apareceram no canal e pegaram os espanhóis vivos.

Este caso foi tão repentino que os vi matando nossos homens, que resolvi ficar por ali e perecer na luta. A forma que eu e que aqueles que comigo estavam , faríamos nosso melhor, seria necessário darmos nossas mãos aos homens que se afogavam na água; Então vieram os feridos, outros semi-afogados, outros sem braços, que eu mandei avançar. Vários inimigos nos pressionavam e nós nos vimos cercados pois eu tinha de doze a quinze homens apenas comigo. Interessado em salvar aqueles que estavam sendo afogados, eu não observei no que diz respeito, ao perigo que me expus. Vários índios do inimigo vieram para me capturar e teriam me levado se não fosse o capitão Antônio de Quiñones e seus cinquenta homens que sempre estavam comigo de sua valente e jovem companhia, a quem Deus sabe que devo a vida; E ao salvar-me como um homem valente, ele quase perdeu sua própria vida. Enquanto os espanhóis que haviam fugido por todo o caminho, estava pequeno e limitado e no mesmo nível da água, que havia sido afetada pelos cachorros naquele propósito de nos prejudicar; A estrada estava lotada de aliados que haviam fugido também, muitos estavam se atrasando, permitindo que o inimigo avance por ambos os lados da água e assim tomariam e destruiriam o quantos eles quisessem. O capitão que estava comigo, Antônio de Quiñones , disse para mim, "Vamos sair daqui, deste lugar e salvar nossas vidas, você sabe que sem você nenhum de nós poderá escapar"; Mas ele não pode me induzir a fugir. Quando ele percebeu isso, me tomou pelos seus braços, pois ele tentou me levar embora a força; Apesar de naquele momento eu estar mais satisfeito de morrer do que viver, pela importunidade deste capitão e seus homens, começamos a retirar, fazendo nosso caminho de volta com nossas espadas e broquéis contra o inimigo, que nos pressionava muito forte. Neste momento veio um de meus servos a cavalo e fez um pouco de espaço; Mas neste momento ele tomou um golpe de lança jogada de um dos terraços que o trouxe ao chão. Enquanto eu estava no meio deste conflito, sustentando o ataque destes inimigos, tentando encontrar um lugar para segurança, outro servo trouxe o cavalo para mim montar. Mas a lama no caminho, feita pelas pessoas que estavam na água, estava ficando tão profunda que ninguém poderia manter-se de pé, especialmente pelos empurrões das pessoas uns contra os outros em seus esforços para escapar.


Montei no cavalo, mas não para lutar, pois era impossível enquanto montado; Mas caso fosse prático, eu iria até uma ilha no pequeno estreito do caminho e com os oito cavaleiros que deixei lá, mas não seriam efetivos em retornar; O qual, de fato, era tão perigoso que duas éguas de meus servos caíram na água neste caminho; Uma foi morta pelos índios, mas a outra foi salva pela infantaria. Outro servo meu, Cristobal de Guzman, levou um cavalo que deram a ele para a pequena ilha com o intuito de trazer a mim, para que escapasse; Mas tanto ele quanto o cavalo foram mortos que nunca chegaram a mim; Esta morte espalhou sofrimento no campo, mesmo até hoje esta perda espalha tristeza em todos que conheciam ele. Mas após todos estes problemas, pela Graça de Deus, aqueles que sobreviveram chegaram a rua de Tacuba, que era bem larga. Tomei meu posto com nove cavaleiros. O inimigo pressionou com o gosto final da vitória, pois estava decidido que nenhum de nós escaparia com vida. Mas, recuando da melhor maneira que eu poderia, eu enviei uma palavra ao auditor tesoureiro para recuar até a praça pública, em um ato de boa fé. Também enviei ordens a dois capitães, o prefeito alguazil e Pedro de Alvarado que havia entrado na cidade pela rua que levava aos mercados, ambos haviam lutado de forma galante, tomado pontes e trincheiras, que deveriam ter sido bem preenchidas, assim poderiam se retirar sem ter nenhuma baixa. Antes de retirar o tesoureiro e o auditor, o inimigo jogou a cabeça de três cristãos da parte superior de uma trincheira onde estavam lutando e eles sabiam que eram pessoas que pertenciam ao acampamento de Pedro de Alvarado ou do nosso próprio acampamento.


Hernán Cortés, Terceira Carta, Páginas 294 - 297.



Fonte: American Historical Association.

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