O Cerco de Constantinopla fora um dos cercos mais traumáticos e marcantes da história. Seja pela importância histórica, militar, cultural e religiosa de Constantinopla. Independente de qual lado o caro leitor apoia neste conflito de séculos entre os bizantinos e os islâmicos, este evento marcaria para sempre a história não apenas da Europa, mas do Ocidente.
Uma das figuras mais interessantes do cerco, por incrível que pareça, não fora um soldado, capitão, general ou estadista. Niccolò Barbaro era um físico, o equivalente a médico nos dias de hoje, tinha feito mais de 50 anos na época dos fatos e fora testemunha de todos os acontecimentos do cerco e para a nossa sorte, ele resolveu imortalizar tudo em seu diário. Niccolò escrevia, literalmente, todos os dias sobre o que estava acontecendo no último bastião bizantino. Eis um relato:
DIÁRIO DO CERCO DE CONSTANTINOPLA - Dias 7 e 8 de maio de 1453.
"No sétimo dia de Maio, as quatro horas da manhã, eles vieram pelas partes baixas das muralhas, cerca de trinta mil turcos tinham a ordem de avançar com aríetes com a intenção ardilosa de adentrar na cidade, pois nós não esperávamos um ataque. Mas o Deus Eterno nos ajudou e deu forças para nossos homens, e eles bravamente os repeliram, causando grandes baixas e perdas, pois muitos morreram. A luta durou até a décima sétima hora da noite (17:00 hrs).
- 08 de Maio: Nós sabemos, e vemos claramente, que nenhum cristão que está presente aqui nesta cidade miserável, será capaz de escapar da fúria destes pagãos e, em algum momento, nos encontraremos no fim com uma espada turca. Então nós das galeras, decidimos que morreremos aqui nas galeras, que é nossa casa, nós não morreremos na terra. Durante todo este dia (08 de maio), os turcos nunca pararam de bombardear as muralhas da cidade com seu grande canhão e todos os outros menores."
- Niccolò Barbaro, físico, testemunha e escritor dos últimos dias de Constantinopla.
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